não sei por alma de quem é que todas as promotoras resolveram juntar os melhores concertos no mês de novembro. a verdade é que o meu parco salário não dá para tudo e vejo-me grega-literalmente, falida- para dar conta do recado. ainda assim: broken social scene já cá cantam, !!! não tardam, we have ban, the drums está esgotado mas parece que ainda se arranja na net e these new puritans. choro lágrimas de sangue por scout niblett coincidir com a apresentação do primeiro módulo da pós, umpf azar do cara***** pode ser que até consiga se fizer uma corrida.
dois terços de musicbox exultantes é preferível a uma sala cheia mas seca de entusiasmo. foi rodeada de fervorosos adoradores de diabo na cruz que testemunhei um grande concerto. tive quase para não ir, a falência está à porta e ir sair em tempos de crise atesta irresponsabilidade. mas o muralhas falou mais alto e consegui arrastar um amigo, irmão na desgraça monetária a corrermos até ao cais sodré, o antro do pecado.
não sei de onde surgiu esta minha recém-adquirida devoção à nova música portuguesa, mas é verdade que me é irresístivel. o redescobrir da música popular tocada com paixão e das letras que cantam histórias da vida contagiam-me, puxam por mim, pelo meu corpo e pelas minhas cordas vocais.
foi toda uma luta para conseguir dois bilhetes para o espetáculo. no dia anterior tive uma epifania e soube dentro do meu coraçaozinho indie que não podia mesmo deixar passar esta oportunidade. de pão na boca supliquei aos senhores da zdb para me fazerem primeira da lista de espera para a lista de reservas.acabei o meu jantar aos soluços mas feliz porque vitoriosa. e valeu o jantar às pressas. foi um concerto doce, memorável, num décor decadentemente belo.reconheço a força da voz de suzanna wallumrod. no entanto, quando a solo, confesso que a cadência repetitiva do timbre cansava. por sua vez, bonnie prince oldham will chamemos-lhe o que ele quiser e emmet kelly foram os perfeitos cavalheiros folk, os cowboys dandies, de gatilho rápido nas guitarras e vozes como disparos certeiros em garrafas de gin. ou de vinho tinto, que cantar dá sede.
pelo segundo album de bat for lashes, two suns, que será lançado a 6 de abril. two suns, para além dos ambientes sonoros oníricos que nos viciaram em fur and gold, reflecte o lado esquizofrénico da adoravelmente sombria natasha khan. ao contrário do primeiro disco, tecido à volta de comptines góticas, este narra a batalha interior entre o seu lado hippie do deserto, mais espiritual, e o seu alter-ego Pearl, incorporado por uma self-centered femme- fatale loira. neste album participam também os experimentalistas brooklynites yeasayer e o eremita scott walker, que dá a voz na canção"the big sleep".