f***-se, o cabrão do gato pregou-me o maior susto mesmo agora.
ligam-me para o trabalho "ah houve um pequeninoooo problema: o gato fugiu". pronto, caiu-me o coração ao chão. fugiu para onde, mas que cara**** não avisei que é preciso ter cuidado com as janelas abertas e porta da rua. lá vim eu de charola para casa, já com os olhos vermelhos a temer o pior: uma coleira vermelha com sardinhas debaixo de um pneu, um cão esfomeado, um cozinheiro chinês...tantos perigos para um gato pequenino evitar. imaginava o poster que ia ter que fazer, que lettering usar e que cor é que realça melhor os olhos do gato. chegada ao bairro, espreito por baixo de todos os carros enquanto berro desavergonhadamente "baluuuuu fofinhoooo", com marcas de rimmel na cara, plenamente consciente do meu ar desgraçado. lá inspirei alguma piedade nos donos do boteco e da oficina, que me disseram que sim que viram um gato estava mesmo ali. esgazeada, corro para o local indicado para encontrar um sósia do garfield mas em ainda mais gordo, que estava pronto a ir comigo para casa. depois do falso alarme, desolada e prestes a entregar os pontos, apanho a vizinha da cave esquerda furiosa por não ter a chave de fora. "quer que lhe abra a porta, pergunto com o ar mais miserável do mundo" "ah sim sim o raio do miúdo fechou-me cá fora" "hum pois, por acaso não viu um gatinho" "assim com uma coleira pirosa?" "sim sim preto, coleira vermelha com sardinhas" "vi, estava aqui há 10mn, foi por ali". e lá estava ele. sacana, todo lampeiro como se nada tivesse sido, a 2 passos de casa, depois de eu ter chafurdado santa isabel quase toda e ligado a toda a gente com carro e sem carro, prestes a acender uma vela.
ganhei mais uma úlcera e ele, o jantar.
e com este episódio triste lembrei-me logo desta canção:
Samuel Úria - Não Arrastes o Meu Caixão from Picos Gémeos on Vimeo.